Infelizmente, por probleminhas técnicos, as postagens andam devagar quase parando. Mas em breve voltarão!
So sorry, guys...
Abraço, e paciência... que é a alma do negócio de educar.
zagadka!!
Ronnie James Dio, vocalista de heavy metal que substituiu Ozzy Osbourne no Black Sabbath, morreu no domingo, cinco meses depois de ser diagnosticado com câncer de estômago.Ele tinha 67 anos.
O roqueiro, descendente de italianos e norte-americanos de New Hampshire e nascido com o nome de Ronald James Padavona, também liderou sua própria banda, Dio, cuja música "Holy Diver", de 1983, marcou as rádios do rock clássico.
Ele também ajudou a popularizar o gesto feito com as mãos do "chifres de diabo", símbolo do heavy metal.
Dio conquistou sucesso inicialmente em 1975 ao integrar o grupo Rainbow, liderado pelo ex-guitarrista do Deep Purple, Ritchie Blackmore, e entrou para o Black Sabbath, expoentes do heavy metal, depois que Osbourne foi expulso em 1979.
tsc.
A Amélia tinha uma neurose obsessiva-compulsiva. Quadro típico, de livro. O marido - um poço de paciência - acompanhava-a sempre à consulta. Ela sentava-se à minha frente e ficava, inexpressiva, a chupar a própria lingua, enquanto o marido me fazia as queixas habituais. Que ela dormia mal, que não tinha vontade de fazer nada em casa, que se recusava a sair, que raramente falava, que passava os dias a chupar a lingua.
Já se haviam tentado todos os tipos de terapêuticas medicamentosas, já havia consultado diversos psiquiatras, já tinha estado internada em algumas clínicas. Sem grandes resultados.
A terapia comportamental fora tentada durante algum tempo e a Amélia conseguiu deixar de chupar na língua e passou a chuchar num lenço. Mas não podia ser um lenço qualquer. Os com rendinhas arranhavam-lhe a língua, os de seda não empapavam a saliva em condições e os de papel estavam fora de questão por razões óbvias. Ela não tinha iniciativa nem para levar o comer à boca, quanto mais para passar o dia a cuspir pedacinhos de papel. Tinham que ser lenços de popeline, bem resistentes e com capacidade para alguns litros de cuspo. O marido deve-lhe ter comprado dezenas de lenços, mas a obsessão da Amélia dava conta deles todos. Acabou por regressar à língua. Assim como assim, a língua não se gasta, está sempre limpa e sempre à mão (neste caso, sempre à boca).
Talvez a falta de afecto na infância a tivesse feito regredir à fase oral. E como o uso da chucha seria socialmente reprovável, escolhera a língua como objecto da sua neurose.
Tudo explicado?... Talvez não...
De um momento para o outro, o marido da Amélia entra em insuficiência renal aguda e morre.
Quando soube da notícia, pensei: “coitada da Amélia!... E agora, o que vai ser dela?... Vai piorar, de certeza...”
Mentira.
Pouco tempo depois da morte do marido, lá apareceu a Amélia, toda de preto e - espanto! - não chupava na língua!
Com uma desenvoltura que nunca lhe vira, contou-me que, com a morte do marido, decidira que tinha que fazer alguma coisa por ela própria, já que agora não tinha ninguém que cuidasse dela.
E a língua?...
Já não queria saber da língua para nada. Arranjara um substituto bem mais produtivo: dedicara-se ao crochet. Passava os dias sentada no sofá da sala, televisão ligada, fazendo crochet sem parar, compulsivamente, obsessivamente. E ele eram toalhas de mesa, ele eram naperons, ele eram colchas. E até conseguira arranjar uma senhora que tinha uma capelista e que lhe vendia os seus trabalhos. E como prova dos seus dotes, ofereceu-me duas pegas para a cozinha, todas em crochet multicolor.
E assim se passaram mais alguns anos, com a Amélia aguentando-se com um único antidepressivo e um tranquilizante e montanhas de novelos Ancora.
Até que certo dia me apareceu muito agitada, exibindo uma ferida muito feia no bordo da língua.
“O que se passou, Amélia?” - perguntei - “Não me diga que voltou a chupar na língua?...”
Foi então que ela me contou o drama da noite anterior. Como era hábito, sentou-se no sofá, em frente ao televisor e atirou-se freneticamente ao crochet. As horas foram passando e aproximava-se a meia noite quando a Amélia acabou um novelo. Dirigiu-se à cestinha de costura para se abastecer e - desgraça! - descobriu que se lhe haviam acabado as munições!... Não tinha mais novelos!...
Entrou em pânico, como se compreende e, apesar do tranquilizante, não conseguiu pregar olho, tendo passado toda a noite a chupar na lingua, até às 9 horas da manhã, quando a capelista abriu as portas e, como um furacão, a Amélia se precipitou lá para dentro, em busca de mais novelos. E naquela noite de insónia e desespero, chupara na lingua com tal denodo e abnegação que arrancara positivamente um pedaço da mesma.
Aqui está uma excelente razão para se começarem a vender novelos Ancora nas farmácias de serviço...