Quando estive em ctba na semana passada peguei o mp3 do meu pai pra recarregar (com outras músicas)... e desta vez, além do almir guineto e jean michel jarre, lasquei uns raul, robert johnson, ella fitzgerald, billie holiday, nat king cole, louis armstrong, e por aí vai... acho que o meu véinho vai curtir. hehehe... falando nisso, tirei da lembrança, e vai argures sobre o raul.... (na faculdade a gente aprende coisas estranhas, porém, excelentes tb...;)
Raul Seixas, um dos mais controversos e geniais músicos da história de nossa música popular brasileira, morto, como tantos outros. Apesar de estar longe do esquecimento absoluto e sempre ser lembrado em datas como as da morte, do nascimento, da fuga do opala etc, uma constatação é triste: preciso aprender a ouvir Raul Seixas. Não só eu, isso me tranquiliza, mas principalmente a estagnada elite intelectual/ musical brasileira, que nunca aceitou Raul por sua não filiação a nichos específicos (esquerda marxista, MPB, nacionalismo cego, etc) quanto, principalmente, seus fãs, que nada mais fazem que distorcer os 21 anos de uma carreira repleta de tesouros musicais em simbolismos baratos como desculpas para vazias demonstrações de rebeldia, que de forma alguma faz jus à maluquice subversiva de Raul.
O que eu sei do Raul é que era um subversivo, mas também era popular, nunca deixou de ser e fazia questão disso, como o que vou percebendo em toda a obra que me está ao alcance. Era um cantor do povo em todos os sentidos que a palavra povo pode abranger. Raul também era uma pedra no sapato da ditadura e dos moralistas de plantão. O cara manda muito bem até hoje em matéria de filosofia (“Eu Sou a Areia da Ampulheta/ O Lado mais Leve da Balança”), amor livre (“Se eu te amo e tu me amas/ Um amor a dois profana/ O amor de todos os mortais”), existencialismo (“Vou subir/ Pelo elevador dos fundos que carrega o mundo sem sequer sentir/ Vou sentir/ Que a minha dor no peito que eu escondi direito agora vai surgir/ Vou surgir/ Numa tempestade doida pra varrer as ruas em que eu vou seguir”) e a dor de viver (Oh, morte, tu que és tão forte/ Que matas o gato, o rato e o homem/ Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar”).
Uma, especificamente, gravei pro meu pai ouvir: "mas, é que lá de cima, lá da beira da piscina, olhando os tristes mortaaaaaaaais, das alturas, fazem escrituras, e não me perguntam se é pouco ou demaaaais!" ele vai curtir, tenho certeza...hehehehe!
Espero ter tempo pra (re) ouvir Raul, pois uma obra dessa magnitude ficar pairando por aí sem ser captada é de um desperdício assustador.
O que eu sei do Raul é que era um subversivo, mas também era popular, nunca deixou de ser e fazia questão disso, como o que vou percebendo em toda a obra que me está ao alcance. Era um cantor do povo em todos os sentidos que a palavra povo pode abranger. Raul também era uma pedra no sapato da ditadura e dos moralistas de plantão. O cara manda muito bem até hoje em matéria de filosofia (“Eu Sou a Areia da Ampulheta/ O Lado mais Leve da Balança”), amor livre (“Se eu te amo e tu me amas/ Um amor a dois profana/ O amor de todos os mortais”), existencialismo (“Vou subir/ Pelo elevador dos fundos que carrega o mundo sem sequer sentir/ Vou sentir/ Que a minha dor no peito que eu escondi direito agora vai surgir/ Vou surgir/ Numa tempestade doida pra varrer as ruas em que eu vou seguir”) e a dor de viver (Oh, morte, tu que és tão forte/ Que matas o gato, o rato e o homem/ Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar”).
Uma, especificamente, gravei pro meu pai ouvir: "mas, é que lá de cima, lá da beira da piscina, olhando os tristes mortaaaaaaaais, das alturas, fazem escrituras, e não me perguntam se é pouco ou demaaaais!" ele vai curtir, tenho certeza...hehehehe!
Espero ter tempo pra (re) ouvir Raul, pois uma obra dessa magnitude ficar pairando por aí sem ser captada é de um desperdício assustador.
Música: Judas.
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