sexta-feira, 17 de julho de 2009

Hoje eu to me sentindo uma bruxa!!!

Viva!!!
As Mulheres na Idade Média
(ah... as mulheres, estes seres etéreos!)

Na Antigüidade, a sociedade era matriforcal, ou seja, o nome e os bens de
família eram passados de mãe para filha. A mulher era quase uma figura
divina, admirada; pois seu ventre era capaz de gerar a vida, e isso era algo
espetacular para os homens primitivos. Porém, com o passar do tempo, a
figura do homem começou a se relevar, até o momento em que se proclama ser
superior em relação à mulher.
Isto torna-se bastante evidente no período denominado Idade Média, também
conhecido por "Idade das Trevas". Essa época foi marcada pela consolidação e
expansão da fé cristã pelo Império Romano, dando à Igreja Católica um poder
extremamente grande que controlava a vida e a mentalidade das pessoas,
principalmente os simples camponeses, grandes massas de pessoas que tinham
uma "fé cega", que viviam temendo o inferno e o diabo.
A vida das mulheres medievais não era fácil. De acordo com a classe social a
que pertenciam suas funções variavam. Nas classes mais altas, as mulheres
tomavam conhecimento em política, economia e até em disputas territoriais.
As mulheres dos senhores feudais eram responsáveis pela organização do
castelo; supervisionavam tudo, desde a cozinha até a confecção de
vestimentas. Elas tinham que saber como preservar a carne e alimentos e
também coordenavam todos os empregados. Além disso, tinham que estar
preparadas para defender o castelo na ausência de seu marido. As camponesas
trabalhavam junto com seus maridos nas terras do senhor feudal e, além
disso, ainda tinham que cuidar dos afazeres domésticos.
As mulheres não tinham muitas opções: ou se casavam, ou iam para os
conventos. Entretanto, o convento não era para qualquer uma, e sim, para uma
minoria da alta classe que tinha que pagar uma taxa bastante cara para se
tornar uma freira. A maioria porém, estava destinada ao casamento e a uma
vida submissa ao marido. As meninas eram educadas somente para este fim:
serem boas esposas.
O casamento era arranjado pelo pai quando sua filha ainda era criança. A
mulher era como uma propriedade, usada para obter vantagens. Os casamentos
geralmente visavam o aumento de terras. Nas classes sociais mais altas, as
meninas eram casadas com a idade de oito anos. A mulher era objeto de seu
marido, devendo a este obediência e fidelidade. Dirigia-se a ele com formas
de tratamento respeitosas como "meu amo e senhor". Era permitida a agressão
física a mulheres quando o marido achasse que ela o havia desobedecido e as
histórias de mulheres que sofriam agressões eram contadas nas vilas em tom
humorístico. As agressões não podiam causar a morte nem incomodar os
vizinhos, entretanto, em caso de adultério flagrante, o marido tinha o
direito até mesmo de matar a própria esposa. A lei não poderia intervir em
nada.
Todas as mulheres deveriam aprender sobre a cura e medicina familiar. Mas
não deveriam se aprofundar ou aprender muito sobre a cura, pois seriam
consideradas bruxas; uma verdadeira contradição.
Como se tudo isso não fosse o suficiente, durante a era das fogueiras, o
Tribunal do Santo Ofício condenou milhares de pessoas à morte, a maioria
mulheres inocentes. Estas eram acusadas de bruxaria, muitas vezes, por
inveja de outros ou por serem mulheres solteiras e solitárias. O livro
Malleus Maleficarum de 1486, escrito por inquisidores alemães, dizia que as
bruxas armavam uma conspiração para dominar o mundo. A obra também explicava
como localizar a presença de bruxas e identificar feitiços. Como as mulheres
tinham que saber um pouco sobre a cura, muitas delas, além de parteiras e
cozinheiras, também foram acusadas de bruxaria e condenadas à fogueira.
Para provar a propensão natural da mulher à maldade não faltavam argumentos
aos autores do Malleus. A começar por uma falha na formação da primeira
mulher, por ser ela criada a partir de uma costela recurva, ou seja, uma
costela no peito, cuja curvatura é, por assim dizer contrária à retidão do
homem. A própria etimologia da palavra feminina confirmava essa fraqueza
original: segundo eles, femina, em latim, reunia em sua formação as palavras
fide e minus, o que quer dizer menos fé. Defender idéias assim não era
exclusividade dos dois inquisidores alemães. A aversão à mulher como ser
mais fraco e, portanto, mais propenso a sucumbir à tentação diabólica era
moeda corrente em todas as regiões da Europa - dos pequenos vilarejos
camponeses aos grandes centros urbanos. Nos sermões de padres por toda a
Europa, proliferava a concepção de que a bruxaria estava ligada à cobiça
carnal insaciável do "sexo frágil", que não conhece limites para satisfazer
seus prazeres. Com seu "furor uterino", para o homem a mulher era uma
armadilha fatal, que podia levá-lo à destruição, impedindo-o de seguir sua
vida tranqüilamente e de estar em paz com sua espiritualidade.
A mulher, apesar de trabalhar tanto quanto o homem estava sempre em grau de
inferioridade. A identidade do pecado original, principalmente na história
do cristianismo, foi um fardo pesado para a mulher até o século XVIII. Desde
os primeiros cristãos, a busca da austeridade religiosa tornou-se não só uma
regra para o aprimoramento espiritual, mas também consagrou o papel da
mulher como a principal tentação mundana, capaz de afastar o homem do
caminho da purificação. Uma norma que na Europa, a partir do século VI,
quando São Bento de Nursia fundou o mosteiro de Monte Cassino na Itália, deu
início ao movimento monástico beneditino que marcaria profundamente a
atitude religiosa do continente.
dá-lhe bruxarada!!

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