sábado, 13 de dezembro de 2008

O Louco

Tem gente que me pergunta como foi que enlouqueci. Foi assim: certo dia, muito antes dos deuses nascerem, acordei de um longo sono e descobri que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu tinha feito e usado durante 7 vidas - e saí correndo sem máscara alguma pelas ruas apinhadas de gente, gritando:
- Ladrões, ladrões , malditos ladrões!
Os homens e as mulheres riam, mas alguns correram para casa com medo de mim.
E, quando cheguei a praça do mercado, uma jovem que estava no terraço de uma casa gritou:
- É um louco!
Ergui os olhos para ele e o sol beijou meu rosto nu pela primeira vez. Pela primeira vez o sol beijou meu rosto nu e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não quis mais saber de máscaras. E gritei, como se estivesse em transe:
-Abençoados, abençoados os ladrões que roubaram minhas máscaras!

Foi assim que enlouqueci.
E encontrei liberdade e segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aqueles que nos compreendem nos escravizam de algum modo. Mas não quero ficar orgulhoso demais de minha segurança. Nem na cadeia um ladrão esta a salvo de outro ladrão.


Gibran Khalil Gibran



roubado na *cara-dura* do orkut da minha querida Meri L (Janis Joplin)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

jeux des mots pour le monde...

hehehehe... Cada cultura que cuide do seu rabo, mas os franceses valorizam o deles demais! ( e olha que eu amo a cultura francesa, mas o cidadão francês é difíiiiço! Vejam aí...

Quando há algumas décadas veio a revolução técnológica e o computador, eles criaram seus próprios aparelhos. Mesmo que tenha dado certo a tal “lista telefônica” que não lembro o nome, o computador conseguiu penetrar-se na França. Eles viram seu rabo sendo atacado
e correram para criar uma palavra para aquela máquina que era computer nos EUA. Ordinateur foi o rótulo escolhido.

Ultimamente mais e mais palavras americanas batem à porta de nossos computadores, e como é de se esperar, algumas são utilizadas como são e outras são adaptadas, vide podcast e deletar, respectivamente. Esta onda de palavras não abateria o nacionalismo - até certo ponto xenófobo - dos franceses, portanto criaram uma palavra para substituir podcast: baladodiffusion.

Que aberração, não é? Uma língua tão bela dar cria a uma palavra desajeitada e compicada é muito triste. O cognitivo dos baladeiros está na tentativa de descobrir qual é a dessa “difusão de baladas”, “deve ser irado!”.


...


Tente traduzir walkman para portugues. Fica algo como “andador”. Então em frances e a mesma coisa: andar quer dizer balader, então o aparelho aqui se chama baladeur. pois...


;)

mas é bom...

Eu adoro Kafka! É consistente... rápido. ótimo!



Fábula Curta


"Ai de mim!", disse o rato, "-o mundo vai ficando dia a dia mais estreito".

"-Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair".

"-Mas o que tens a fazer é mudar de direção", disse o gato, devorando-o.

Franz Kafka

De Kafka.

De Noite
Submergir-se em a noite! Assim como às vêzes se enterra a cabeça no peito para refletir, fundir-se assim por completo em a noite. Em redor dormem os homens. Um pequeno espetáculo, um auto-engado inocente, é o dormir em casas, em camas sólidas, sob teto seguro, estendidos ou encolhidos, sobre colchões, entre lençóis, sob cobertas; na realidade, encontram-se reunidos como outrora uma vez e como depois em uma comarca deserta: um acampamento à intempérie, uma oncontável quantidade de pessoas, um exército, um povo sob um céu frio, sobre uma terra fria, atirados ao solo ali onde antes se estêve de pé, com a fronte apertada contra o braço, e a cara contra o solo, respirando tranquilamente. E tu velas, és um dos vigias, encontras ao próximo agitando o madeiro aceso que tomaste do montão de estilhas, junto a ti. Por que velas? Alguém tem que velar, se disse. Alguém precisa estar aí.

Franz Kafka

Com certeza!

"Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa."


é...


ariano suassuna

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

nossa... dia 24 de setembro passou...


hehehe... teu dia, juninho!!! yuhuuuuu!!!
essa eu não podia deixar passar!! :)

Sicília faz 5 anos!!!


Blog: A ironia é minha heroína!

Ótima!!


Comunicado

Na minha van filosofia
tenho dezesseis lugares,
certezas cheguem cedo,
pois as dúvidas
vêm aos pares.


Kabs (mon cher ami!!!)

heaven and hell

Esta imagem ilustra bem meu estado de espírito!
voltei a fazer o que gosto!! estou a mil!
felizmente estou no inferno e no céu!
digo felizmente pq é preciso o ser humano perceber que tem que *se bastar*... sometimes! é preciso ter a noção exata de que fazer o seu trabalho de forma correta é o suficiente pro que de melhor existe em vc... pq o que pra vc é valor, pra muita gente ao seu lado pode não ser...
e o melhor de tudo é que: num só dia tenho duas experiêncvias distintas!
é claro que, na do *céu*, me sinto infinitamente melhor e mais completa no que faço e para quem faço!
e no *inferno* percebo, a cada dia, que já nascemos *educadores*!! verdade completa, indissolúvel e universal!!!
existem pessoas que insistem... mas a sementinha num tá ali, understand?
bissous a tout!!

...

em tempo:

apenas uma coisa eu constatei assim que voltei: e vi que para algumas coisas melhorarem, seria preciso o mundo ser reinventado a cada novo dia... pq tem gente muito burra nesse mundo!

:)
(Faz o que gosta e deixarás de trabalhar! - Confúcio, que é o cara!!)

sábado, 27 de setembro de 2008

Ótima para toda ocasião!

"Faça de sua mente um reino, não uma jaula!Deixe que os seus pensamentos sejam livres como os pássaros voando, não os censure, nem se maldiga se eles não afinarem com a opinião da maioria!"

Maxwell Maltz

De Louis

no joke
no sarcasm
no revenge
geléia de pérolas
geléias de frutas proibidas
receitas doces
de legos e mangas
mangá ou romance
a vida inteira
na máquina de música
a vida e a música
ao meu alcance, num lance
cansei de ser tudo
cansei de ser todo
cansamos então
cansamos juntos
cansamos de ser parciais
cansamos de ser capitais
só não cansamos
de sermos um o outro
o outro almejado
o outro
que já se instalou em nós
ilustração de estigma
rima estrangeira
estagnada ilusão
venham as verdades
sinto-me um cão
mas não o cão danado
cabra-da-peste fudido
a vida: esta caixa de video-clips
o nosso tempo
tempos idos
suavizam e eletrizam
o meu tempo
espaço-temporal-descoberto
flutuação de realidade
onde não sou qualquer
animal
não sou qualquer cão
não qualquer um
sou o cão chupando manga, baby
my girl
my sister
my daughter.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

I hate to hate!

Hoje assisti um filme bizarro ( no bom sentido!) chamado The Believers (ou aqui, como Tolerância Zero)! Filme maravilhoso... só assistindo pra compreender a grandiosidade do tema.
...
E nisso lembrei da piada do Davi sobre o porco e a vaca... rs...
E então lembrei do Kleber!
E depois de tudo, lembrei da cena:
(Anderson, Carmem, Kleber e Katrim no carro, esperando qualquer coisa que não lembro!)
Não vou falar do assunto pq sempre tem um bando de pau no cu pra entender errado... ou muito certo... sei lá.
"O teu cristo é judeu,
Tua máquina é japonesa,
Tua pizza é italiana,
Tua democracia é grega,
Teu café é brasileiro,
Teus números são árabes,
Tuas feições são latinas (...)
e tu chama o teu vizinho de estrangeiro?"

(Carlo Giuliani)

terça-feira, 8 de julho de 2008

trilha sonora 1

Se fosse fazer uma lista completa de todas as músicas que eu adoro e que dizem alguma coisa pra mim quando eu as ouço... ela não teria fim...rs. porém, aqui estão algumas das que eu gosto por demais!! Vou fazer outras listas mais além... quem sabe?

1. Mulher, vou dizer quanto eu te amo

Chico Buarque

Meu pai cantava essa música pra minha mãe, quando eu era pequenininha. É a mais marcante de todas, apesar de eu não suportar a voz do Chico, eu amo a voz do meu pai e aquele sotaque carioca...rs. “E que ela faça vir o dia, dia a dia mais feliz e seja da alegria, sempre uma aprendiz” era quase uma ordem pra mim.


“Mulher, vou dizer quanto eu te amo Cantando a flor Que nós plantamos Que veio a tempo Nesse tempo* que carece (*era plena ditadura militar) Dum carinho, duma prece Dum sorriso, dum encanto
Mulher, imagina o nosso espanto Ao ver a flor, que cresceu tanto Pois no silêncio mentiroso Tão zeloso dos enganos Há de ser pura Como o grito mais profano Como a graça do perdão
E que ela faça vir o dia Dia a dia mais feliz E seja da alegria Sempre uma aprendiz
Eu te repito Este meu canto de louvor Ao fruto mais bendito Desse nosso amor”


2. Vapor Barato

Wally Salomão, Gal Costa

Essa música lembra o tempo em que estive em coma, e o período imediato em que sai dele!

"Oh, sim, eu estou tão cansado Mas não pra dizer Que eu não acredito mais em você Com minhas calças vermelhas Meu casaco de general Cheio de anéis Vou descendo por todas as ruas E vou tomar aquele velho navio Eu não preciso de muito dinheiro Graças a Deus E não me importa, honey (…)"


3. Rapte-me Camaleoa

Caetano Veloso

É uma bicha!! mas de todas as bichas que pseudo-conheço é a que mais letras bizarras têm. E eu adoro a maioria das bizarrices do Caetano Veloso, apesar de detestar aquela voz de sino furado.

Rapte-me Camaleoa Adapte-me a uma cama boa Capte-me uma mensagem à toa De um quasar pulsando loa Interestelar canoa Leitos perfeitos Seus peitos direitos me olham assim Fino menino me inclino pro lado do sim
Rapte-me, adapte-me, capte-me It's up to me, coração Ser, querer ser, merecer, ser um camaleão Rapte-me camaleoa, adapte-me ao seu Ne me quitte pas"


4. Ai que Saudade de Ocê

Vital Farias

Gosto sim, muito!


"Não se admire se um dia um beija-flor invadir a porta da tua casa te der um beijo e partir fui eu que mandei o beijo que é pra matar meu desejo faz tempo que eu não te vejo ai que saudade de ocê (…)


5. Nada Tanto Assim

Kid Abelha

Eta que essa fase... mil idéias, mil projetos, o mundo pela frente… e absolutamente nenhuma noção do que fazer com ele!!


"Só tenho tempo pras manchetes no metrô E o que acontece na novela Alguém me conta no corredor Escolho os filmes Que eu não vejo no elevador Pelas estrelas que eu encontro Na crítica do leitor Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa Mas nada tanto assim Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa Mas nada tanto assim Só me concentro em apostilas Coisa tão normal Leio os roteiros de viagem Enquanto rola o comercial Conheço quase o mundo inteiro Por cartão postal Eu sei de quase tudo um Pouco e quase tudo mal (…)


6. Ne me quitte pas

Nina Simone

Adoro música francesa das antigas... porém, eu prefiro o nemequitepá da Nina Simone ao de Edith Piaf... aquela vozinha de "piaf" da Edite não rola pra mim. Essa música me lembra muito meu pai também e minha infância.

Ne me quitte pas Il faut oublier Tout peut s’oublier Qui s’enfuit déjà Oublier le temps Des malentendus Et le temps perdu A savoir comment Oublier ces heures Qui tuaient parfois A coups de pourquoi Le coeur du bonheur Ne me quitte pas Ne me quitte pas Ne me quitte pas (…)


7. Beatriz

Essa música pra mim é a noção da maternidade plena, total e absoluta. Eu sei que em alguns momentos eu vou ter que mostrar à Sicília (a minha Beatriz) que não andar com os pés no chão as vezes, é bom... mas perigoso.... mas é bom (mas é perigoso!)

...

mas é bom. rsss


Olha Será que ela é moça? Será que ela é triste? Será que é o contrário? Será que é pintura o rosto da atriz? Se ela mora no sétimo céu Se ela acredita que é outro país E se ela só decora o seu papel E se eu pudesse entrar na sua vida(…) Sim, me leva pra sempre, Beatriz Me ensina a não andar com os pés no chão Para sempre é sempre por um triz Aí, diz quantos desastres tem na minha mão Diz se é perigoso a gente ser feliz (…)


8. When I'm 64

Beatles

Essa ... ah, essa música... de tanto que amo o meu branquinho!!

"When I get older, losing my hair Many years from now Will you still be sending me a Valentine Birthday greetings, bottle of wine If I'd been out till quarter to three Would you lock the door Will you still need me Will you still feed me When I'm sixty four"

9. I am what I am

Gloria Gaynor


Época de divertida, saudável e bem vinda “balada tardia”. Mas essa música pra mim tem cheiro mesmo de eu-correndo-na-praia, me sentindo ótima, maravilhosa e sozinha, depois de me livrar daquele casamento desgraçado em que eu vivia uma outra vida, que não era a minha e muito menos o que eu queria pra mim!

I am what I am I am my own special creation So come take a look Give me the hook Or the ovation It’s my world That I want to have a little pride My world And it’s not a place I have to hide in Life’s not worth a dam Till I can say I am what I am (…)


10. I will

Beatles

Belíssima!!


Who knows how long I’ve loved you You know I love you still Will I wait a lonely lifetime? If you want me to I will
And if I ever saw youI didn’t catch your name But it never really mattered I will always feel the same
Love you forever, and forever Love you with all my heart Love you whenever we’re together Love you when we’re apart
And when at last I find you Your song will fill the air Sing it loud so I can hear you Make it easy to be near you For the things you do end ear you to me OH, you know

I will I will

E quando todo o caos for tudo o que nos resta...

"Como se tudo o mais

Me permitisses,

A mim me fotografo

Nuns portões de ferro

Ocres, altos, e eu mesma

Diluída e mínima"


Hilda Hilst

quando tudo parecer um caos...

"Mas há a vida que é
para ser intensamente
vivida, há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata."
Clarice Lispector

domingo, 6 de julho de 2008

ih!!



Até q ponto temos que ter todas as certezas da vida???


quod eternus quibus

Às vezes me canso, desisto
por ser tão incompreensível
não me atina explicações
Subtraio então estes lapsos
breves interrogações
que não me trazem paz
Aprendi este engano
apesar de trair minha vontade
de maldizer este drama
inconstante mas presente
Que incômodo gritante
que vontade aparente
de cismar em mostrar
mesmo ciente que em vão
desperdiçaria minha ira
Alimento-me do tempo
que traz acalanto ao revés descanso minha calma
aguardando dissipar tanta lassidão

Se perguntar do que eu sou

Tenho um pouco de sei lá,
Um pouco de céu,
um pouco de terra, um pouco de mar,
Criada na rua, pulando muro, amarelinha,
Nunca sozinha, brinquei de bafinho com meu irmão,
Desci na grama num papelão,
tive carrinho de rolimã!

Era a dona da situação...
Fiz amigos de filme sessão da tarde,
Pulava de bmx na Villares
Brincava com os vizinhos,
E o tempo passou...
As conversas mudaram,
Briguei com a minha mãe
Pra sair...
Ai, minha mãe queria ir na missa! Que saco, pensava eu...
Queria dançar, conversar, paquerar...
saudade desse tempo.
Hoje eu sei que
aquele Deus da igreja da minha mãe,
Olhava por mim!
Eu, professora formada de direitos maculados,
queria é ser cantora, aeromoça...
a vida é assim...
Tenho orgulho do que sou,
Vergonha do que ainda não pude ser de bom,
Me esforço pra pedir
Por aqueles que não gosto
e quase sempre não consigo.

Pois é... a gente cresce,
A gente cresce...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Neruda, maravilhoso...

Belíssimo, este escrito de Neruda é comovente.
voilà!

Ainda não estou preparado para perder-te
Não estou preparado para que me deixes só.
Ainda não estou preparado para crescer
e aceitar que é natural
para reconhecer que tudo
tem um principio e tem um final.
Ainda não estou preparado para não ter-te
e somente recordar-te.
Ainda não estou preparado para não poder ouvir-te
ou não poder falar-te,
não estou preparado para que não me abraces
e para não poder abraçar-te.
Ainda te necessito
e ainda não estou preparado para caminhar
pelo mundo perguntando-me...porque?
Não estou preparado hoje nem nunca estarei.
Te necessito.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Lelleliah Mohamad raçulalah!!!!






Turquia!!!!!!





Eu adoro futebol de verdade!!! Jogo fantástico (e a companhia muito melhor...)

seny senvyorum, goçük!!!! muuuuuuuuuuito!! ;)





quarta-feira, 18 de junho de 2008

Brecht... is the Best!!

Eu, Bertolt Brecht, nasci nos negros bosques.

No colo de minha mãe me fui para a cidade grande

Ainda pequenino. Mas o frio dos bosques

Enquanto eu viver hei de sentir.



Na cidade de asfalto sinto-me à vontade.

Munido desde o início de todo sacramento

De morte: jornais, fumo e aguardente.

Sou preguiçoso e desconfiado, mas feliz.



Mostro-me amigo dos homens. Como eles

Também uso chapéu-coco.

E digo: são bestas de cheiro singular.

Mas retruco: que importa? No fundo, também eu.



Por vezes, de manhã, nas cadeiras vazias de meu quarto

Uma mulher eu ponho a balançar-se.

Mas as contemplo indiferente e digo:

Pois bem, comigo é que vocês não vão contar.



À tarde reúno à minha volta os homens.

Chamamos-nos um ao outro: Gentleman.

Eles descansam os pés em minha mesa

E dizem: vai melhorar. E eu nem pergunto quando.



Na bruma da manhã mijam os abetos,

Seus parasitas, os pássaros, começam a gritar.

É a hora em que no bar eu esvazio o copo, jogo fora

O cigarro e adormeço inquieto.



Temos vivido, nós, volúvel casta,

Em casas que julgamos indestrutíveis

(Assim é que construímos os arranha-céus de Manhattan

E as delicadas antenas que divertem o Atlântico).



Dessas cidades restará: o vento que as perpassa!

A casa alegra o guloso: ele a esvazia.

Sabemos ser efêmeros.

E depois de nós haverá… nada digno de nota.



Nos futuros terremotos eu espero

Não venha a apagar-se o meu cigarro por causa da amargura.



Eu,Bertolt Brecht, atirado às cidades

Desde os negros bosques, no colo de minha mãe, em

Tenra idade.



Balada escrita em 1921

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Biblioteca Pessoal



já são quase 700. ;)

terça-feira, 10 de junho de 2008

pequenas verdades...

Vida
(Mário Quintana)

"Não coma a vida com garfo e faca.Lambuze-se!Muita gente guarda a vida para o futuro.Mesmo que a vida esteja na geladeira,se você não a viver, ela se deteriorará. É por isso que tantas pessoas se sentem emboloradas na meia-idade.Elas guardam a vida,não se entregam ao amor,ao trabalho, não ousam,não vão em frente.Não deixe sua vida ficar muito séria,saboreie tudo o que conseguir: as derrotas e as vitórias,a força do amanhecer e a poesia do anoitecer.Com o tempo,você vai percebendo que para ser feliz você precisa aprender a gostar de si,a cuidar de si e,principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...é cuidar do Jardim para que elas venham até você."
avmb... ;)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Jornada

http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=noticias&cod_noticia=16081

"Dois ícones de Jornada nas Estrelas falecem
Joseph Pevney faleceu no último dia 18 de maio, aos 96 anos. Pevney foi o diretor de alguns dos mais queridos episódios da temporada original de Jornada nas Estrelas. Ao todo, ele dirigiu 14 episódios de Jornada e tem em seu currículo 35 longas metragens.
Além de Jornada, ele também dirigiu episódios de A Ilha da Fantasia e de O Incrível Hulk, entre várias outras séries de TV.
Alexander "Sandy" Courage, compositor, orquestrador e arranjador, responsável pelo conhecidíssimo tema de Jornada nas Estrelas, faleceu no último dia 15 de maio, na Califórnia, aos 88 anos.
Courage colaborou na composição e orquestrou alguns dos mais conhecidos musicais dos anos 50 e 60, incluindo My Fair Lady, Hello, Dolly, Sete Noivas para Sete Irmãos e Um Violinista no Telhado.
Ele começou no rádio, antes ir para a MGM. Sua carreira como compositor para a TV começou nos anos 60, quando trabalhou em Perdidos no Espaço, Viagem ao Fundo do Mar e, é claro, Jornada nas Estrelas, sem dúvida seu mais famoso trabalho.
Criada em 1966, a série Jornada nas Estrelas conta a história da nave Enterprise e de seus tripulantes, que exploram o espaço sideral. São liderados pelo Capitão James T. Kirk, pelo oficial de ciências alienígena Spock e pelo médico de bordo Leonard McCoy. Jornada nas Estrelas se tornou uma das séries de ficção científica mais reverenciadas no mundo, tendo gerado quatro spin-offs, um série animada, inúmeros livros e quadrinhos, além de uma série de dez filmes, com o décimo primeiro já a caminho."

uma perda pra humanidade. eu adoro startrek. podem me chamar de nerd o qto for!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Resenha do livro!

"Quem se interessava, na França às portas da Revolução, por narrativas pornográficas envolvendo padres e freiras, por biografias escandalosas de figuras da nobreza? Como essa literatura influenciava homens que logo mergulhariam numa guerra civil? A partir de uma quantidade imensa de documentos, Darnton investiga as relações entre literatura, opinião pública e revolução, e, no final do livro, oferece ainda excertos de três das obras mais procuradas no mercado negro da época. Em vez de se debruçar sobre a literatura consagrada do século XVIII, é nos livros pornográficos, nas fantasias utópicas, nas biografias escandalosas que ele vai buscar uma pista para reencontrar as relações entre a Revolução Francesa e a literatura da época. A partir dessa perspectiva, toda uma série de questões clássicas pode ser refeita. Poderemos entender melhor por que os sistemas de valor se modificam e de que modo a opinião pública influencia o curso da história."

comprar um livro



nossa... fazia um tempão que não comprava um livro. os dois últimos deste ano na verdade foram ganhos! tenho vasculhado a net atrás de um livro que me inspirasse e achei. chega daqui 5 dias...



ansiedade...











...

terça-feira, 27 de maio de 2008

O Antiprofeta





Em todo homem dorme um profeta, e quando ele acorda há um pouco mais de mal no mundo...
A loucura de pregar está tão enraizada em nós que emerge de profundidades desconhecidas ao instinto de conservação. Cada um espera seu momento para propor algo: não importa o quê. Tem uma voz: isto basta. Pagamos caro não ser surdos nem mudos...
Dos esfarrapados aos esnobes, todos gastam sua generosidade criminosa, todos distribuem receitas de felicidade, todos querem dirigir os passos de todos: a vida em comum torna-se intolerável e a vida consigo mesmo mais intolerável ainda: quando não se intervém nos assuntos dos outros, se está tão inquieto com os próprios que se converte o “eu” em religião ou, apóstolo às avessas, se o nega: somos vítimas do jogo universal...
A abundância de soluções para os aspectos da existência só é igualada por sua futilidade. A História: manufatura de idéias..., mitologia lunática, frenesi de hordas e de solitários..., recusa de aceitar a realidade tal qual é, sede mortal de ficções...
A fonte de nossos atos reside em uma propensão inconsciente a nos considerar o centro, a razão e o resultado do tempo. Nossos reflexos e nosso orgulho transformam em planeta a parcela de carne e de consciência que somos. Se tivéssemos o justo sentido de nossa posição no mundo, se comparar fosse inseparável de viver, a revelação de nossa ínfima presença nos esmagaria. Mas viver é estar cego em relação às suas próprias dimensões...
Se todos os nossos atos – desde a respiração até a fundação de impérios ou de sistemas metafísicos – derivam de uma ilusão sobre nossa importância, com maior razão ainda o instinto profético. Quem, com a visão exata de sua nulidade, tentaria ser eficaz e erigir-se salvador?
Nostalgia de um mundo sem “ideal”, de uma agonia sem doutrina, de uma eternidade sem vida... O Paraíso... Mas não poderíamos existir um instante sem enganar-nos: o profeta em cada um de nós é o grão de loucura que nos faz prosperar em nosso vazio.
O homem idealmente lúcido, logo idealmente normal, não deveria ter nenhum recurso além do nada que está nele... Parece que o ouço: “Livre do fim, de todos os fins, de meus desejos e de minhas amarguras só conservo as fórmulas. Tendo resistido à tentação de concluir, venci o espírito, como venci a vida pelo horror, a buscar-lhe uma solução. O espetáculo do homem – que vomitivo! O amor – um encontro de duas salivas... Todos os sentimentos extraem seu absoluto da miséria das glândulas. Não há nobreza senão na negação da existência, em um sorriso que domina paisagens aniquiladas.
(Outrora tive um “eu”; agora sou apenas um objeto... Empanturro-me de todas as drogas da solidão; as do mundo foram fracas demais para me fazer esquecê-lo. Tendo matado o profeta em mim, como terei ainda um lugar entre os homens?)

( lendo CIORAN -Breviário de Decomposição )

segunda-feira, 26 de maio de 2008






When I get older, losing my hair, many years from now,Will you still be sending me a Valentine, birthday greetings, bottle of wine?If I'd been out 'till quarter to three, would you lock the door?Will you still need me, will you still feed me,When I'm sixty-four?
You'll be older, too. Aaah, and if you say the word, I could stay with you.
I could be handy, mending a fuse, when your lights have gone.You can knit a sweater by the fireside, sunday mornings, go for a ride.Doing the garden, digging the weeds, who could ask for more?Will you still need me, will you still feed me, when I'm sixty four?
Every summer we can rent a cottage in the Isle of Whight if it's not too dear. We shall scrimp and save.Ah, grandchildren on your knee, Vera, Chuck, and Dave.
Send me a postcard, drop me a line stating point of view.Indicate precisely what you mean to say, yours sincerely wasting away.Give me your answer, fill in a form, mine forever more.Will you still need me, will you still feed me, when I'm sixty four?



by John Lennon/Paul McCartney

domingo, 25 de maio de 2008

Houaiss

"ah, as idéias da província..." (Revista Joaquim - Ctba)

provinciano

Datação1836 cf. SC

Acepções■ adjetivo 1 relativo ou pertencente a província Ex.: vocabulário p. 2 Derivação: por extensão de sentido. Uso: pejorativo. atrasado, de mau gosto, superado, sem elegância e sofisticação 3 Uso: pejorativo. imbuído de provincianismo quanto ao modo de pensar ou agir Ex.: que valores mais p.! ■ adjetivo e substantivo masculino 4 que ou aquele que é oriundo ou habitante de província
Etimologiaprovíncia + -ano; ver 1venc-; a datação é para a acp. 4
Sinônimosver sinonímia de bronco e cafona
Antônimosver antonímia de tolo e cafona


e eu adoro cidade pequena... :) ê, lugar!!

Nazareth e Pete Agnew!!


eu nunca vou entender a maioria deste povo!!

show de rock! a grande maioria dos que estavam lá nem sabiam que nazareth era uma banda de rock. no estacionamento, muitos escutavam créu*, sertanojo* e outras aberrações! dentro, a *classe a* de ponta grossa ouvia o show sentados em cadeiras que ocupavam a metade da pista. sendo assim, os *classe b* ou seja lá como formos tachados pela *classe a* ficaram de pé, distantes do grupo. dani rocha e iran taques já confirmaram: a *classe a* de ponta grossa estará em massa no show do scorpions dia 12 de setembro. ou seja: a *classe b* (nós!!) ficará ainda mais pra trás, pois terá mais mesas pra atendimento VIP desta vez!! povinho arrogante, que acha que aparecer num programa inútil, pagando pelo tempo no ar (como ma das pessoas da própria tv me disse!!) é o que existe de mais importante no mundo... bom, no mundo deles talvez, pois é um mundinho de merda!! depois me dizem que não devo chamar a cidade de PROVÍNCIA... mas é isso que alguns daqui são, mistura da escória dos imigrantes com a escória dos tropeiros, pq a parte boa deste povo deve ter deixado isso aqui!! é uma mistura de tuma, taques, chama, dalcol, nadal etc etc etc... nomes que sempre aparecem e que pra mim, sinceramente, não dizem nada mais do que futilidade, e me deixam o alheamento!! onde já se viu, um show de rock, que nem acústico era pra tentar justificar isso, com *mesas para a classe a de pg*!!!!! curtir rock sentado... fim dos tempos!! e ainda cortam o Blindagem na cara dura no meio da música, pra passar propaganda da michelle taques!!!!!!!! rs... só aqui!!!
meus amigos são daqui! meu marido é daqui! e não tem nada de provincianos... pq a província está na alma... rs!! portanto... já escutei que eu sou uma curitibana de bosta! mas isso vindo de quem veio, não muda um milímetro da minha bostice!!posso ser arrogante, mas aculturada nunca!! e quem é provinciano na alma nunca muda!!!

tirando a merda toda que a sociedade daqui tenta nos enfiar goela abaixo, o show tava ótimo! dan mccafferty é deus. pete agnew, por mais que tenham chamado de porco num orkut provinciano aí, pra mim tb é deus. eu estava com o homem que amo, com meus amigos queridos, enfim... restou só a tristeza por quem ama o rock e não foi pq não teve grana!

long life for rock and roll!!

sábado, 24 de maio de 2008

Hoje tem Nazareth!!!

ingressos do show do naza

terça-feira, 20 de maio de 2008

Veríssimo é o cara!!

maravilha... maravilha!!!


10 Coisas que Levei Anos para Aprender(Veríssimo)

1 . Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
2 . Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela quala raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
3 . Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
4 . As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você , quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
5 . Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6 . Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
7 . A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
8 . Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom,não pode ser uma boa pessoa. (Esta é muito importante. Preste atenção. Nunca falha.)
9 - Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10 . Nunca tenha medo de tentar algo novo.Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca.Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

ah, esta música...


existem coisas que a gente adora mas nega até a morte. eu por exemplo, adoro o wando. e provavelmente este post vai estar editado amanhã com o nome WANDO retirado!!! rs... esta música do erasmo é uma delas... mas ela, até que eu não nego gostar não... erasmo é foda... mas esta música... ah, esta música dá um tesão de ser mulher. putz!! eu adoro ser mulher!!

Mulher ( sexo frágil ) 1981 Narinha - Erasmo Carlos

Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas
Vejam como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça
Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas pra quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito
O outro já reclama a sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher
Mulher , mulher
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração
Pra decantar você nessa canção
Mulher, mulher
Na escola que você foi ensinada
Jamais tirei um dez
Sou forte mas não chego aos seus pés

segunda-feira, 28 de abril de 2008

sobre futebol...

Cheguei a conclusão de que sou do tipo de pessoa que não tem um time do "coração"! (Torço pro Atlético Pr por uma concussão paternal...rs ) apesar de ter antipatia visceral por alguns, nem fanática mas que gosta de ver jogo bem jogado, sou daqueles seres que só começam a acompanhar campeonato quando os jogos são de vida ou morte, decisivos enfim.

mas vai começar a Euro copa... :)

Olha o que eu li...

"Política econômica não atrapalha ações sociais, diz Lula"

Que ação social?

Que política econômica?

Tem vezes que as manchetes são a síntese do escracho por si só.

O bizarro mundo literário

ABL... o que estão fazendo no Petit Trianon??
Ah, e faço do autor deste artigo minhas mais sinceras palavras! Ainda mais pq, através da Lei Rouanet, ela publicou um livro... putz!! Não pelo assunto, não é uma espécie de preconceito, não... é a desgraçada verificação de que - uma merda dessa - a Lei Rouanet apoia, enqto tanta gente boa por aí não consegue sequer 1 real pra naaaaaaaaada!!!!

"Todos, ou quase todos, sabem da minha aversão figadal pela ex-puta, a Bruna Putistinha©, que disputa palmo a palmo a honraria com o embusteiro-mor do esoterismo mundial, Paulo Caolho. Recapitulando, essa sujeita foi guindada, à condição de celebridade literária, após publicar um manual profissionalizante, e ainda conseguiu, sabe-se lá a troco de quê, uma graninha (quase R$ 4 milhões) via Lei Rouanet, para produção de um filme pornô-chique. A Brasileirinhas já produziu um filme bem mais didático e totalmente aderente ao manual, sem subsídio fiscal.

Mas enfim, não satisfeita, lança agora outro manual onde tentará ensinar às mulheres o que fazer na cama para enlouquecer um homem. Dicas como passar gelo na boca antes de boqueteá-lo e tirar fotos da bunda e mandar para ele por torpedo, fazem parte das instruções. Falar coisas picantes, frases básicas, como: "Estou molhadinha", "Você é uma delícia", "Desse jeito vou ter um orgasmo" (esta última vou traduzir aqui para a mulherada não pagar mico, digam "eu vou gozar", orgasmo é para tratados científicos, não para uma trepada bem dada). "Isso leva a moral do homem para a Lua. Eles gostam de ser xingados de safado ou cachorro", completou Bruna Putistinha©. (Traduzindo: o eles a quem ela se refere são seus clientes).

Agora me convenci que tenho que publicar mesmo o "Memórias Póstumas de um Puto Prestimoso", alguém aí quer se habilitar a manager?"

Recomendo!

Sicília



macacos laranjados
elefantes multicores
árvores azuis
céus de ônix
olhos e cabeças e orelhas
tudo...
de uma cor só!!


arte

é arte... e ela é toda sua, sicília!!

;)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O homem perfeito!

hehehehe! Posto hj esse poeminha pq achei muito real!! Não sou contra gays, pelo contrário, tenho alguns amigos homossexuais (gay pra mim, todo mundo é, ainda que sem saber!) e são pessoas maravilhosas, portanto, este poema é pra frisar que... todo homem necessita de uma parte gay* no seu jeito de ser, aí sim, seriam perfeitos... :)



"O homem perfeito é lindo
tem um pouco de mistério
é belo quando está rindo
é belo quando está sério

O homem perfeito é bom
tem um jeito carinhoso
quando fala, em meigo tom
causa arrepio gostoso

O homem perfeito tem
energia, não se cansa,
lava louça, cozinha bem,
gosta muito de criança

O homem perfeito é
sensível à grande arte
gosta de dança e ballet
nunca haverá de magoar-te

Para encerrar a preceito
estes versos que alinhei:
se existe um homem perfeito..

...o filho da puta é GAY! "

quinta-feira, 24 de abril de 2008

quase-inverno

ficar em casa
debaixo das cobertas
curtir o frio
ganhar carinho



ah, maravilhas do quase-inverno...

;)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

pour toi!

Escrevi um poema soi-disent
corpo-texto uno
ramificado
pra te tocar em dois:
corpo e alma!

pro teu corpo estendi versos curtos
moldados para serem o texto inscrito
no anel que tenho nas mãos,
tuas!

pra tua alma
palavras tiradas da minha alma,
igualmente
tua!

não sou poeta, apenas
escrevo, cher amour...
as letras são o que me resta.
palavra flue... uma após a outra... e
nunca vão cessar,
ainda que eu perdesse a pena!

chez nous!!

coisas de nossa casa,
casa da minha alma!
:)

amor-texto

amor-texto!
verbo indeclinável.
não acondicionado por nenhum tempo verbal!
amo
agora e antes e depois, imediatamente!

letras de amor!
meu amor é verso livre.

e o alvo do meu amor-texto
é quem me completa!
minha sombra e meu reflexo!

letras do texto!


C.

domingo, 20 de abril de 2008

Poema

Manoel de Barros

"A poesia está guardada nas palavras
é tudo o que eu sei.
Meu fado é de não entender quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não cultivo conexões com o real.
Para mim poderoso não é aquele
Que descobre ouro.
Poderoso para mim é aquele que
Descobre as insignificâncias: do mundo e as nossas.
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei.
Sou fraco para elogios"

"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas. Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha, nem desconfia que se acha conosco desde o início das eras. Pensa que está somente afogando problemas dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar inquietação do mundo!"


Mário Quintana


ah, as boas obras...

O armário

"(No entanto, eu os guardo.)
E por isso cuido com tanto zelo daquele armário herdado da mamãe que como uma catedral jaz no canto esquerdo de meu quarto de solteiro. É no velho armário de madeira firme com espelho de fronte que arrumo, em cada compartimento, os meus momentos, antes de passar a chave. Organizo com hierarquia, seguindo uma lógica minha, subjetiva. Amontôo os bons momentos ali pois decerto não há tempo a perder – é preciso cumprir minhas tarefas, amealhar mais e mais momentos, não a fim de dá-los generosamente a alguém, mas a desfrutá-los quando enfim puder. Entre o desejo de ficar e a obrigação de ir, não pode restar dúvida. A vida é um fluido estável de calma – precisa ser! – e as ânsias, se havidas, ficaram outrora. A vida agora é branca, é limpa, é minha."
Marcelo Moutinho

Tá na moda!! Again...

Pq algumas pessoas acham que usar roupa preta, cabelos longos prtíssimos, unhas longas igualmente pretas, passar pancake cor-fantasma e andar feito um zumbi notívago é ser bruxa??? ontem deparei com uma criatura desse aspecto, que no meio do meu silêncio, encravou hora e meia infinitas* sobre o que é a wicca... (oh, mother nature... can ya help me???)

pra mim, não passa de uma pseudo-nada! ou seja, uma mistureba de gótica-dark-emo-hype-modernete-que-acha-que-ser-bruxa-é-decorar-palavrinhas-sobre-a-wicca.


PQ??PQ ESTES SERES ME CERCAM??? EU ATRAIO IGNORANTES MALUCOS??

voilà!


Quando falamos do catolicismo, principalmente quando essa analise da alguma importância ao contexto histórico, costumamos dar certa ênfase no fato de a igreja católica ter realizado um sincretismo entre seus santos e os deuses autóctones das regiões por onde eles se estabeleciam. Brigith/Santa Brigida é um exemplo clássico e surrado. Aliás, essa pratica, olhando mais a fundo e sem preconceitos de classe ;-) foi comum a todos os povos, a citar os romanos na gália, outro exemplinho classico.
Bom, esses dias, tomando banho, já que, além do horário de dormir (imposto pelo relógio coletivo, não pelo meu), esse é um dos poucos momentos que meu cérebro começa a funcionar. Não pensem que isso é motivado por questões “não-cristãs”, apenas por que são horas que não me encontro teoricamente pensando em nada, cabeça vazia, oficina do diabo, como diz o ditado. Bem, mas terminando a conversa fiada, estava eu pensando sobre o sincretismo religioso promovido pela igreja catolica, através dos seus senhores de engenho e outros senhores da nossa sociedade colonial, entre os deuses africanos, ou orixás respeitando o termo original, e os santos sem tempero da religião oficial. Essa mistureba toda, que objetivava "amansar" os conquistados, acabou virando o que se convem chamar hoje de Umbanda. Claro que nessa salada mista entraram outros tipos de entidades, índios, prostitutas desencarnadas, e o resto.
Bom, a conclusão simples, não simplista, é que eles alcançaram seu objetivo.
Talvez até mais do que esperavam, a mistureba que fizeram, gerou outra religião, a umbanda, ao contrário do Candomblé, não é politeista, nem pagã. Reconhece apenas um deus, o resto é entidade, isso é atestado por qualquer umbandista. Freqüentadores esporádicos também podem dar seu testemunho.

No Candomblé de nossa terra, o resultado foi semelhante, mesmo as casas mais antigas, com raras excessões, convivem hoje com visões não muito tradicionais, falando-se do paganismo africano de 500 anos atrás. Não há um seguidor do candomblé que não reconheça que em um santo catolico, uma variação de seu orixá. Claro que isso pode parecer simplista, mas como eu disse, é simples, portanto diferente. Claro que existem aqueles que não reconhecem ogun em são jorge... Mas com certeza vêem Iemanjá na virgem maria, ou oxumare em alguma santidade da santa madre igreja.
Mas parando a introdução, hoje lendo uns artigos, parei pra pensar na Wicca.
Analisando as crenças wiccanas, os dogmas, e principalmente as falas desse povo todo que aqui entre nós está, me fiz a pergunta: os católicos venceram?

Detestável pensar isso, mas sigamos adiante.

TODAS as religiões pagãs, européias, norte-americanas, latino americanas, chinesas, japonesas... Eram religiões politeístas. Alias o politeísmo é um dos conceitos mais importantes para se aceitar uma religião como pagã. Pelo menos no meu ponto de vista, e no de outros malucos que ocupam seu tempo com assuntos afins /-)
Nessas religiões, as divindades não eram importantes, mas Únicas. Tudo girava em volta da religião e dos deuses.
Outro aspecto, é que muito se discutia nessas religiões sobre a natureza e origem dos deuses, formas de culto, etc. Podemos dizer que não apenas o culto, mas o estudo da divindade era central. Na Wicca,o divino como um ser externo acabou perdendo peso.
O que ficou, alias, o que se acrescentou, foram as visões, certamente originárias dos movimentos new age, de que todo ser é divino, da divindade imanente, etc. Com isso, certas praticas passaram a ter muito mais valor que uma oração a Hera, Atena, Ix Chel, Tupã, ou Amaterasu. Falo aqui da yoga, meditações (especificamente daqueles modelos orientais), mantras, etc. Não que algumas delas, como os estudos sobre chackras e aura, não sejam importantes, essa importância é atestada em inúmeros escritos dos povos antigos, que sob outros nomes, em certos casos, tinham conhecimento desses assuntos. Mas seja por uma mudança de era como dizem uns, ou apenas por mudança de comportamento sem influencia externa ou astral, os deuses perderam espaço e respeito. Precisamos deixar claro aqui, pra não parecer extremismo e mania de perseguição, que se reconhece que essas praticas não são de origem católica, já que o tema central é esse. Mesmo assim, auxiliaram no processo, graças, inclusive, a certos conceitos arraigados nos "novos-pagãos", como pecado/inferno, que muito podem se assemelhar com o karma/dharma, etc.

Outro aspecto além do que já comentamos, é que a Wicca, produziu um verdadeiro reducionismo divino. Os católicos, quando conquistaram territórios, raciocinando, ligaram os deuses dos povos conquistados a seus santos, unindo ao seu "Deus", a divindade predominante do panteão inimigo. Na Wicca ocorreu algo semelhante. Frequentemente vemos wiccanos dizerem que todos os deuses são apenas um deus, e que todas as deusas são face de apenas uma deusa. Essa crença, obviamente produziu o que se esperava, o final da historia, é que o Deus/Deusa são apenas face de UM só deus. Monoteísmo versão 2.0.

Um problema nesse caso, que muitos usarão como contra-ponto é que todas as religiões politeístas possuíam deuses maiores, regentes, ou seja, uma divindade criadora. Correto, todos os povos possuíam um ser (o uso do termo masculino é de formação apenas) que possuía o papel de criador. Porém, poucas são aquelas em que essa divindade possuía papel tão destacado como no cristianismo e nas religiões monoteistas, entre as quais, acho que podemos colocar a wicca.

Confusão entre o que dissemos anteriormente sobre um papel mais secundário dado pela wicca à divindade? Nenhuma. O que dissemos foi que práticas
sacerdotais não tem na wicca tanta importancia como possuiam nas antigas religiões pagãs. Porém, enquanto única divindade do sistema religioso o Deus/Deusa não deixam de ser importantes. Até porque, caso isso ocorresse, a wicca perderia de vez sua posição entre as religiões. Mas antes de prosseguir, um fato interessante. Quanto wiccanos não vimos por ai, usando termos como Ser Superior, Criador, Deusa, tudo no maiúsculo? Talvez pareça infantilidade ou falta de argumentos, ou mesmo
mania de pesquisador que adora usar etimologia pra explicar o que não tem explicação.
Mas algumas palavras sobre psicologia poderiam nos ajudar muito a ver uma semelhança nada ocasional no fato.

A entidade criadora na Wicca, é vista mais em seu aspecto feminino.
Utiliza-se daí do conceito de que essa entidade possuía em si tanto a energia masculina, quanto a energia feminina.
Bom, um conceito sofisticado demais para dizer que é originário de povos de cinco mil anos. Não que divindades hermafroditas não existissem, Oxumaré e Hermafrodita, um filho de Afrodite são exemplos. Mas não cercados de explicações esquisotéricas.

Sobre essa não predominância da divindade criadora podemos citar como exemplo os gregos, maias e japas:

Na grécia, podemos começar com Gaia ou Eurinome, apesar de crenças diversas atribuírem a essas deusas, a criação do universo, elas não possuiam papel destacado na religiosidade do estado grego, falando no conceito grego de estado. Isso porque não citaremos Erebo e Nyx, e tantas outras divindades surgidas entre esse povo.

Entre os maias, temos hunab ku, deus do fogo, que criou o mundo, os seres e os deuses. Esse deus, também não exercia papel relevante na religiosidade maia, papel esse dado aos deuses do sol e da lua, cujos nomes, apenas como curiosidade,
Eram Kinich Ahau e Ix Chel, respectivamente.

Para os japoneses, Izanami, mãe da deusa solar, aparecia como origem de tudo.
Apesar disso, nem é lembrada no xintoismo, aparecendo apenas como mãe de Amaterasú.


Bem/Mal
Os católicos/cristãos e seu sistema religioso, como sabemos, possuem um conceito claro de bem/mal. O bem é tudo que está de acordo com a lei do Seu Deus. O mal é tudo aquilo que vai contra essa regra. Simplificando, o Bem é o que representa suas crenças, dogmas e as bases de sua sociedade, simbolizadas por Deus e suas hierarquias. O mal é tudo aquilo que atenta diretamente contra esses conceitos.
É a oposição a Deus. Sendo simplista, o mal é a oposição ao que se considera bem.

Falando politicamente, o cristinismo precisava criar esse conceito para se expandir, polarizar a disputa com as demais religiões. Isso é clássico, numa disputa, nós polarizamos a questão. O deus do outro é mal, ruim. Maquiavel que o diga.

Lembremos que, desde sua origem, o cristianismo, e o catolicismo especificamente, disputaram com o paganismo greco-romano a hegemonia sobre o mundo "civilizado". Ambos demonizavam as crenças adversárias. Disputa de poder e questão de sobrevivência.

A wicca, assim como a umbanda, e ao contrario do cristianismo não é uma religião autóctone. É um sistema criado, uma colcha de retalhos de diversas cores, tamanhos e tipos. Primeiramente, não sendo religião de um povo, de uma classe, ela não representa interesses específicos. Não simboliza, como a maioria das religiões, as características de uma nação ou estado. Não é, tampouco, os pilares de uma sociedade. Não representa por fim, o ideal de uma raça ou população. É apenas algo criado. Fruto de uma salada de ritos e crenças organizados por Gerald Gardner, aonde ingredientes vem sendo adicionados ao longo desses 50 anos. Nesse contexto, não representando uma bandeira especifica a Wicca não precisa polarizar conceitos de bem/mal. Não precisa demonizar os deuses ou deus alheio. Ela é fruto desse deus, com alguns elementos litúrgicos variados. Não é algo que ameace que contraponha diretamente o cristianismo. Ela, não representando nenhuma ameaça se torna algo insosso. Como diz o conhecimento popular, não é 8 nem 80.
Poderiamos até falar que, nesse aspecto, a wicca pode tanto ser um braço cristão para manter os descontentes na linha, como a umbanda, ou mesmo, como acredito, e talvez por não tiver sido criada pelo catolicismo, mas agregada, uma forma incipiente de resistência. Uma forma modesta de cultuar os deuses antigos, sem afrontar o Deus atual.

Estou afirmando que a wicca não possui conceito de bem e mal?
Não. Ele existe, mas não é tão escancarado. Podemos dizer, que como na umbanda e outras religiões do tipo, o mal na wicca não é o "outro", mas está ligado a visão de "pecado", está ligado a si mesmo e aos seus atos. Ora, muitos dirão que não existem pecados na wicca. Vamos ver o que é um pecado. O dicionário, consultei três, não coloco em plural pra econimizar o "s", diz que pecado é uma transgressão a um preceito religioso.

Uma das leis da wicca é: se não prejudicar a ninguém, faça o que você quiser.
Pimba! Essa crença, muito parecida com o karma dos budistas, podemos achá-la nos dez mandamentos dos cristãos.

Então, o mal na wicca seria tudo aquilo prejudicial a outro ser.
Que coisa mais hipocrita-pseudocristã-newage.

Um dos conceitos wiccanos que embasam essa crença, é o de que todo ser vivo é uma manifestação da divindade, sagrado. Logo, sacrificar qualquer ser vivo seria errado, porque transgride o preceito religioso de não prejudicar. Pena que os wiccanos se esquecem que a própria vida se alimenta de vida.

Os povos pagãos, mesmo algumas correntes, principalmente as neo-pagãs, insistindo em dizer o contrário, possuíam um conceito polarizado de bem e mal. Como o cristianismo, os gregos, os vikings, os astecas definiam como bem e aceito todas as características necessárias para sua sociedade. Seus deuses representavam seus valores, conceitos e comportamentos. O mal era tudo aquilo que provinha do outro, que prejudicasse sua expansão, seu crescimento, seu domínio. Os deuses dos povos inimigos também eram inimigos, justamente porque todos esses povos, quando em guerra, buscavam a Sua sobrevivência, e sabiam que tanto sua sobrevivência física, quanto moral e espiritual dependia da destruição ou subordinação do inimigo.

Bom não era o amor pelo próximo como prega o cristianismo e a wicca. Mas a supremacia. Paul Sartre, tem uma frase, que não foi escrita sobre esse tema, e Sarte nem era pagão também, mas que ilustra um pouco:
"o inferno são os outros".

Para exemplificar, citamos a velha Esparta: Ruim eram os fracos, os que possuiam defeitos físicos (o que impossibilitava a participação nos combates), as mulheres, os artistas, etc.
Qual era a divindade suprema em Esparta? Ares, o deus da guerra.

Deuses são a expressão de um povo, seus valores, sua arete, como diziam os gregos.

Por isso talvez a Wicca seja algo tão a parte do paganismo, ela não defende valores próprios, apenas assimila um arcabouço pútrido de conceitos cristãos, com divindades milenares, completamente difusas desses conceitos.

A Wicca é cristã? Não, oficialmente, apenas oficialmente, wiccanos não vêem Cristo como filho de "Deus". A Wicca é pagã? Difícil concordar. Cada povo pagão possuiu o seu ideal de ser humano, sua Paidéia. A Wicca é contra todos esses ideais. Prega valores contrários a qualquer povo pagão.

Em uma análise mais pragmática, podemos concluir que a Wicca é uma
Religião sem pátria, uma religião nômade que anda de povo em povo buscando deuses para oferecer a cristãos e ocidentais irritados com sua sociedade estressante e ansiosa em produzir lixo industrial. Basta olharmos o número de neo-pagãos provenientes do cristianismo que desembarcam na Wicca em busca de uma aventura, um campo para desenvolver seu ativismo ecológico, uma possibilidade de ser diferente, radical, ou mesmo um desejo sincero de se "religar", mas teimando em continuar com seus dogmas, seus preceitos, sua moral.

Com todo o respeito aos wiccanos sérios (raríssimos), a Wicca não é a resposta de um povo, de uma nação a uma sociedade fétida, construída sobre pilares que precisam ser destruídos.

É, como a Umbanda e outros movimentos religiosos, um símbolo de uma batalha vencida pela hipocrisia do cristianismo.

latim gastronômico!

"da mihis sis bubulae frustrum assae, solana tuberosa in modo Galico fricta, ac quassum lactatum coagulatum crassum"


ou

give me a hamburguer, french fries and a thick milkshake!!

sábado, 19 de abril de 2008

Hum... continho do Borges.

Fred Murdock era daqueles jovens típicos. Estudantes típicos. Gringo. As más línguas poderiam dizer: tipicamente gringo. Em dúvida sobre o que estudar, recebe a dica: por que não estudar índio? Joga-se à empreitada e passa a viver entre os índios; com o tempo, passa a sonhar em sua língua. Revelam-lhe o segredo da tribo. Converte-se no índio perfeito, antes de voltar à sua universidade para escrever a tese, baseada no invejável conhecimento adquirido. Decide não escrever a tese. Casa, se divorcia e vira bibliotecário.

Este é o argumento de um dos mais curtinhos e fascinantes contos de Jorge Luis Borges, "O Etnógrafo", do livro Elogio da Sombra (1969).

terça-feira, 15 de abril de 2008

IN A SENTIMENTAL MOOD

Procurando pérolas na net...



"Desde os primeiros dias

trocaremos palavras, beijos, até que

a chama, sotto voce, acenda: isto

ainda não é amor. Juntos iremos a cafés,

trocaremos presentes, passados, ambrosia, dançaremos

o tango até que o suor nos banhe, ainda não é amor.

Tem vértebra de amor. Tem carnadura de amor.

Tem inflorescência de amor (mas ainda não é).

Seremos devassos, tímidos, loucos e serenos,

êmbolos violentíssimos, pele na pele, não é amor.

Esperaremos o que nos reserva o futuro,

láudanos, lêmures, látegos, a irrisão de ser.

Mas o futuro, isto ainda não é amor.

Aquele bric-à-brac de lembranças

que chama à fala certo sorriso com suaviloqüência.

Certo sussurro roçagante.

Aos sábados o disco do john coltrane.

Domingo dormiremos mais que a cama, até que venha

a segunda terça, e isto ainda não é amor.

Amor virá com álulas em noites insones.

Contraíremos dívidas, brigaremos por motivos

fúteis, em vão nos amaremos: isto ainda não é

amor. Mas eis que a vida

nos consome

e morremos,

e isto

ainda

não

é"



http://www.germinaliteratura.com.br/fabricio_marques.htm

terça-feira, 8 de abril de 2008

Alcóolicas...




É crua a vida. Alça de tripa e metal.

Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida. A vida é líquida.


Hilda Hilst

Desgraçado!!


!!!
Thank u, André!! This picture talk everything!!!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Lao-Tsé

"Ser profundamente amado por alguém nos dá força; amar alguém profundamente nos dá coragem!"

Deprimente... rs!

"olhem aih minhas gentis...p qm naum tah por dentru dus novus dialetus ke foram disenvolvidus a parti du portugues na net...seus problemas kabaram...segue aih 1 siti ke traduz tudu p vc naum ficah kom kara d tiozaum!!!!!"


http://aurelio.net/web/miguxeitor.html


ah, a última flor do lácio..!

FUCK



FUCK

De várias coisas inúteis-utilíssimas que a TV a cabo mostra, dia desses vi o documentário sobre a palavra fuck! caras... rs, mto bom. Achei este texto na net, num blog de uns malucos de por-aí!

"A origem da expressão é discutível e existem lendas e lendas sobre ela, mas acho quase impossível existir alguma palavra realmente equivalente a ela em outra língua. Pode-se usar “fuck” ou “fucking” virtualmente em qualquer frase e ainda, dependendo do seu lugar na sentença, a palavra pode tomar significados diferentes, como por exemplo: “fuck that’s funny” (que eu traduziria como: porra isso é engraçado) ou: “that´s fucking funny” (isso é engraçado pra caralho).

Na maioria das vezes a “F word” como é chamada por muita gente, é usada para dar ênfase ao que se quer dizer ou fazer, mas obviamente ela pode e é usada com seu significado mais conhecido - fuder. Pode-se dizer por exemplo: “man we´re fucked” (cara, estamos fudidos) ou também o famoso “fuck you” (vai se foder) ou “fuck ‘em” (algo como: eles que se fodam), e por aí vai.

O que faz falta mesmo é poder soltar a tal da “F Bomb”, que é sair falando “fuck” e “fucking” aonde couber a palavra quando realmente se está puto da vida ou em inglês: “fucking pissed-off”.

Além disso, não se pode deixar de citar todas as fantásticas expressões que envolvem essa palavra como: fucked up (fudido, escroto), fucking oath (com certeza), “fuck up” (cala a boca), “fucking awesome” (do caralho), fuck off (que seria de certa maneira: foda-se), “fuckwit” (babaca) e a lista continua com significados diferentes e surpreendentes.

Tem gente que acha os filmes brasileiros uma baixaria quando se trata de palavrões falados a rodo na telinha, mas isso é porque não sabe o tanto de “fucks” e derivações que se ouve em um filme de ação em inglês; Só quem entende sabe o prazer e o alívio que falar “fuck” em uma situação fudida traz.

“Fuck” é do caralho, é foda, é uma puta palavra, legal pra porra e ainda tem uma história longa e controversa, uma função social e psicológica importantíssima além, lógico, da reprodutiva. “And folks, that’s fucking all for today”."


Ps. imagem (homem-aranha se F*!!)
hehehehehe

in http://cantinholouco.blogspot.com/

Alice Ruiz



"lembra o tempo que você sentia e sentir era a forma mais sábia de saber e você nem sabia?"


Quintana!



"Todos os jardins deviam ser fechados,
com altos muros de um cinza muito pálido,
onde uma fonte
pudesse cantar
sozinha
entre o vermelho dos cravos.
O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente. "

L'État, c'est moi et l'autres.




- Tenho medo de perder meus dentes.

- Escovo os dentes em todas as direções várias vezes e a qualquer momento do dia que eu vá sair de casa;

- Penso em parar de usar Listerine® ou qualquer outra dessas coisas porque fico imaginando as bactérias de dentro da minha boca secando e morrendo;

- De um ano pra cá eu só tenho comprado calcinhas coloridas e agora não tenho mais nenhuma calcinha branca simples;

- Adoro roupa preta, carro preto, cor preta enfim...

- Adoro procurar palavras no dicionário, e quanto maior, melhor;

- Leio toda e qualquer obra (revistas, livros etc) duas vezes. Na primeira, páginas sem seqüência, com palavras que chamem a atenção e que mais me interessam, e na segunda, leio o todo, incluindo o que eu já li na primeira vez;

- Leio em voz alta os autores que merecem ser lidos em voz alta!

- Decoro as letras das músicas e depois fico cantando na frente do espelho;

- Meus dedões das mãos fazem um ângulo de 90º para o lado de fora como se estivessem quebrados, mas não estão;

- Tenho tesão por inteligência!

- Não gosto que toquem no que é meu, ou que peguem para olhar.

- gosto de ler o que muita gente talvez nunca entenda o porquê ler!

- Meus livros são pessoas queridas para mim!

Alter-ego, again...

novas perguntas para o Alter-ego...

Além de Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

R: Melhor seria *que livros*... Portas da percepção, de Huxley... On the road, de Kerouak... cartas para anaïs nin... ah, este mon dieu.



Já ficou apanhadinha por um personagem de ficção?

R: Sim. Tive tempos de achar que era Iracema, de José de Alencar.(rs). Em poesia, já quis ser Ismália, de Alphonsus de Guimarães...Ah, aquela torre... e Raquel (serrana bela), alvo do trabalho de Jacó à Labão...e Demian, de Hesse... Já quis ser também, um poema: ‘Antes de amar-te, amor’, de Pablo Neruda... e Araras versáteis, de Hilst... tantos...



Qual foi o último livro que comprou?

R: ‘O Idiota’, Dostoiévski. Ainda não li, e sinceramente não sei se vou ler, rs... foi um ímpeto. Mas baixo vários ebooks... o último foi um sobre direito administrativo... de verdade!!



Últimos livros que leu?

R: ‘O livro completo da Filosofia’, de James Mannion; o conceito filosófico básico, de Sócrates a Sartre... Elogio da loucura, de erasmo... pela neurótica 2ª vez... obras de ricardo reis, presente de amandita.



Que livro está lendo?

R: o tal de direito administrativo, resquícios da graduação...

Que livros (5) levaria para uma ilha deserta?

R: Livros?! Eu levaria ‘Delta de Vênus’ de Anaïs Nin; a ironia, a força de Maiakovsky; a metafísica de Fernando Pessoa. Levaria um Atlas também, uns cadernos e lápis/borrachas... (só valia livro??? têm certeza..? meu, eu levaria é meu homem!! (E teria em minha mente, além de vários diabinhos, Neruda, Hilst, Quintana, Drummond, Bukowsky, Florbela, Brecht, o kamasutra, rssss...).

Dialética!




não sei de onde tiraram, mas é muito bom! ;)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Para Iggy

Bem sabe que o curso que escolheu é maravilhoso. É o que escolhi tb um dia, e espero sinceramente que vc o termine, coisa que eu, rssssss, não fiz. Iggy, estas palavras de Rilke são tudo o que desejo para vc neste início:




"Sua vida, a partir desse momento, há de encontrar caminhos próprios. Que sejam bons, ricos e largos é o que lhe desejo, muito mais do que lhe posso exprimir."


By
Rainer Maria Rilke
In
*cartas a um jovem poeta*

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

ótimo som!

arre!!

Não aceito ter que ser o que querem que eu seja. Vivo o que quero, acredito no que me mantém. As vezes a tecnologia nos mantêm prisioneiros, outras vezes nos liberta demais... outras vezes nos dá uma sensação falsa de liberdade... aah! E que bom é sentir isso!
Que bom é sentir! Fora com esse “pensar técnico”, que se tornou a temporalidade do “nosso” pensar, onde se confunde o tempo com a medição mecânica do relógio! Não podemos pensar história sem ter que desmontar todo o sistema instaurado como conseqüência lógica dessa temporalidade e das suas “despoliticidades”, pois não há temporalidade fora de uma visão política de mundo, fora dos quadrantes de significado de uma sociedade...

Fragmento

Perfumes, cores, sons que se correspondem...
Sensações, atos, palavras que se tocam...
Merece a razão tanta honestidade para que possamos mantê-la em equilíbrio constante..?
Se sim, pra que manter o equilíbrio se entre céu e terra flutuamos, visto que somos anjos?
rs... isto me lembra um belo poema de Brecht.

(Lendo Correspondences, de Charles Baudelaire...)

2 maçãs

Eu me deparei com a dúvida do que é ser humano.
Não encontrei raízes semióticas para reforçar o fundamento da criatura que carrega a pecha de animal racional.
Um único olhar pelos últimos séculos, demonstra que
sentimentos menores conduzem a humanidade.
A falha teológica em se acreditar num ser trino, mesmo que em forma de dogma , nos conduz ao parecer metafísico da dualidade do ser humano que não condiz com o que nos elucida as ciências modernas.
Separar o corpo do espírito, como se fossem duas metades, é um simples arraigado sentimento de maniqueísmo , onde bem e mal conflitam os quereres do equilíbrio.
Estendo o raciocínio para a amplitude do universo, nos
deparamos com um ser “todo poderoso”, onisciente, onipresente e onipotente que
tudo pode, sem nos legar um mínimo de justificativa. Que habita um plano exclusivo, e sequer seu rosto pode ser contemplado por meros seres humanos,
mas com total inferência sobre a matéria.
Ora, se a inferência é sentida,
logo, pode ser medida, quantificada, e reproduzida. É uma lei universal.
Toda ação mensurada pode ser reproduzida,
programada. Se descobríssemos como opera Deus, poderíamos duplicar suas ações,
e se seus desígnios são um mistério, já podemos estar no limiar de sua criação sem saber.
O próprio ato de pensar, é uma maravilha sem precedentes. O fato de
lembrarmos , até mesmo o que não pensamos, nos indica que de posse do
conhecimento, somos capazes de emular qualquer atividade.
É bom divagar pelo ato da criação universal. Perceber a mecânica celeste, uma construção
tão perfeita, tão gigantesca, que é impossível ser reproduzida pelo
conhecimento atual, mas com esforço isolado de alguns homens, seus meandros são postos à lume. Retorno aqui, ao arquétipo da árvore do bem e do mal.

Uma fruta, a maçã,
ofertada como prova de arrogância humana
(ah, vale lembrar que arrogância, nessa acepção, remonta ao conceito latino de AB, prefixo de negação, afastamento, ROGARE, suplicar, pedir. Arrogância tem por definição: não pedir, não suplicar. Buscar por si só) Duas vezes a maçã, tem papel de fundamental importância no
conhecimento humano. Na exegese bíblica a maçã é usada figurativamente como símbolo de liberdade. Avançando alguns séculos, nos encontramos no Jardim de Newton, pai da física moderna, que acreditando ou não na lenda do Éden, com uma maçã nos deu ligames para a liberdade da Terra. Sim, é um contra-senso, a descoberta da gravidade que traz tudo para à Terra, ser a mesma força que nos impulsiona para o espaço, céu, paraíso - se
quiser assim.
Recoloque suas idéias ao nível do espanto, e jogue algo para o alto, acompanhe o movimento descendente . O que depreende disso tudo?
Uma lei universal obriga a tudo o que sobe descer, mas se vencida esse lei, há um universo a se galgar. Qual o sentido de uma lei universal, amplamente percebida, sentida, em níveis terrestres, mas sobremaneira inútil quando se desliga da terra? Qual
a validade de uma lei que só pode ser aplicada a prisioneiros da gravidade ?
qual é a de um Deus que cria leis diferentes para diferentes
situações?

Se são desígnios celestes, além do parco conhecimento que possuo, ou algo
aquém do espiritual, eu me conluio à dúvidas, questionamentos, ceticismos e
tudo o mais que o pensar-razão nos pode ofertar.
Se dizendo ter certeza da existência de um ser poderoso, o ser humano já é capaz de
tais atrocidades , fico imaginando o que fariam se a certeza fosse da ausência total de Deus. Tudo se permite na presença de Deus! O que poderia acontecer na ausência de Deus para as pessoas? Ah, é cansativo ler o óbvio.
Vou resumir: Jardim do Éden e maçã. Jardim de Newton e maçã.
Originalidade é só com Deus?? Deus é um só?? Deus é? Na vida real acontecimentos se duplicam, multiplicam. (Percebi há tempos que eu sou único. Não há ninguém igual a mim.)
Silogismo de Sócrates.

Cada ser humano é único.

(Deus é único?)

Somos deuses em construção?

sem pensar!

Notei que você se parecia com alguém que eu amei muito, e por isso uma idéia irresistível entrou-saiu de meu cérebro doente. Realizei-a imediatamente. Imaginei que eram os primeiros tempos de amor, e meu amor ia, de vez em quando, visitar-me às escondidas. Eram dias de festa para o meu quarto. Chegavam flores, acendia-se o fogo alegremente. Era tudo nupcialmente enfeitado para a recepção do meu amor. Muitas vezes eu ficava olhando para ele, sentada no chão, próxima, durante as horas silenciosas em que nossas mentes se falavam. Via-o como a um Merlin - ele, a transformar em paraíso o pequeno espaço solitário em que tantas vezes eu chorara. Estávamos ali, no meio de todos aqueles livros, de todas aquelas frases não ditas espalhadas, de todos aqueles móveis que mobiliavam minha alma.
Mas então eu o perdi. Depois disso a lembrança de meu amor não cessavam de me perseguir; tiravam-me o sono. Meus livros, minhas paredes, me falavam dele. Eu não podia suportá-los. Minha cama expulsava-me para a rua. Eu tinha medo quando não chorava. Então me tornei um escombro.
Mas os dias passam...
Nos escombros do meu eu –eu disse o que restava, mas você quis e foi pra lá que levei você.
Lembra..? Pedi-lhe que se sentasse de costas voltadas para mim. Pedi que ficasse em silêncio. Depois, arrumei o quarto, como outrora para meu amor. Coloquei as coisas no mesmo lugar em que me lembrava de terem estado. Geralmente, em todas as nossas idéias de felicidade, há uma certa recordação que domina: um dia, uma hora que superou todas as outras... Depois de tudo arrumado, acendi bem o fogo e, sentando-me sobre o calcanhares, começou a enervar-me um desespero sem limites. Desci até o fundo do meu coração, para senti-lo torcer-se, comprimir-se. Lembrei de uma música e murmurei sua melodia...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

a liga extraordinária

maravilhoso... um tédio de filme para muitos, mas eu adorei. e daí?
curiosidades, pra c0ompreender algumas coisas não ditas...rs!

- Os personagens literários de A Liga Extraordinária são: Allan Quatermain ("As Minas do Rei Salomão", de H. Rider Haggard), Mina Harker ("Drácula", de Bram Stoker), Henry Jekyll e Edward Hyde ("Dr. Jekyll e Mr. Hyde", de Robert Louis Stevenson), Rodney Skinner ("O Homem Invisível", de H.G. Wells, porém, uma observação aqui, antes que algum chato maldito se manifeste: O nome correto do Homem Invisível no livro de H.G. Wells é Sr. Griffin, e na Graphic Novel foi batizado de Hawley Griffin, mas este teve que ser alterado em A Liga Extraordinária devido a problemas com direitos autorais.), Capitão Nemo ("20.000 Léguas Submarinas", de Julio Verne), Dorian Gray ("O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde), Tom Sawyer ("As Aventuras de Tom Sawyer", de Mark Twain) e Professor James Moriarty ("The Final Problem", de Arthur Conan Doyle).



- O design da máscara do fantasma é uma citação a "O Fantasma da Ópera", de Gaston Leroux.

- O personagem M, interpretado por Richard Roxburgh, é uma alusão ao personagem de mesmo nome da série de aventuras de James Bond, escritas por Ian Fleming.

- O personagem Tom Sawyer não está presente na graphic novel de Alan Moore e Terry O'Neill que serviu como base para A Liga Extraordinária. Sua inclusão foi decidida pelos produtores do filme, de forma a ter em cena um personagem famoso da literatura norte-americana, que pudesse atrair mais público no mercado interno, ou seja, malditos americanos...

- As cenas do filme situadas em Londres foram na verdade rodadas em Praga, na República Tcheca.

- Quando a Liga está em Paris seus integrantes passam por um muro onde está um pôster, anunciando a proximidade do Carnaval. Neste pôster são visíveis dois nomes, Dr. Alan Moore e Dr. Terry O'Neill. Ambos são os criadores da graphic novel em que A Liga Extraordinária foi baseado.

- A revista que aparece na mesa de Allan Quatermain é "The Strand", onde Arthur Conan Doyle publicou as primeiras histórias de Sherlock Holmes.

putz... alan moore é malucão, mas seu enredo manda bem.

Poesia de Lau Siqueira

Internet é uma coisa foda...


Meio do mundo



Essa coisa monótona que te faz ver tudo da mesma forma... tempo não é. O tempo gira na direção dos ventos que te levam.

O tempo é um círculo.

Amanhã, é uma palavra velha. Bolha diluída no primeiro olhar do Sol. E já que estou vendendo o suor dos ossos, quero a solidariedade da alma. Que deposite, então, seu sêmen nos redutos futuristas.

Mas, como abandonar essa calma libertária diante das botinas sociais do homem? Vivo a empinar palavras, para depois soltá-las: pássaro...

Vejo pela janela o escuro da cidade, com seus telhados vermelhos, lâmpadas, antenas e sistemas.

Quando um dia sumir no dorso de um hiato, nenhuma lembrança seguirá comigo. Lembranças são elos de quem fica.

Então, espalho poemas.

(...)

in:
http://www.lausiqueira.blogger.com.br/2004_02_01_archive.html

No caminho...

COM MAIAKÓVSKI!!


"Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão

é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!"


Eduardo Alves Costa escreveu *No caminho com Maiakóvski* nos anos 60. Maravilhoso... ganhei da D. Cleusa quando fiz 18 anos. Saudade do tempo em que eu ganhava livros, hoje eu os compro, mas parece que não tem a mesma magia... rsssssss